Casamento
e Adoção
É preciso que se enxergue além das
pré-definições sociais, é preciso que se olhe para a pessoa humana, para seus
sentimentos, seus anseios, suas frustrações diante da realidade que somos
tomados, brigas entre grupos pré-definidos ao invés de esclarecer e amenizar a
situação do todo, só piora e coloca as pessoas em situações humilhantes e
degradantes, expondo-as aos limites de suas condições, precisamos parar de nos
olhar como “Negros” “LGBT’s” “Judeus” “Pobres” “Ricos”, e começarmos a nos
enxergarmos como PESSOAS, quem sabe assim não recuperemos a capacidade de
empatia que muitos há algum tempo já perderam.
O Casamento
e a Adoção por parte dos membros da comunidade LGBT, tem sido tema de diversas reportagens
veiculadas na mídia atualmente, sejam elas escritas ou televisionadas, estão
ganhando uma proporção nunca antes alcançada.
Recentemente
os cidadãos LGBT’s, passaram a ter alguns direitos que antes não se estendia ao
grupo, talvez por isso estejam tão em evidencia. (União estável e transformação
em casamento etc.)
Os
direitos civis deveriam ser algo universal, algo que passaríamos a ter assim
que nascêssemos, e não algo a ser conquistada por minorias que historicamente
estão colocadas a margem da sociedade, sociedade essa que força tais grupos a
lutarem por tais direitos, forçou as mulheres a lutarem pelo direito de voto,
forçou os aos negros e a populações escravizadas a lutarem por sua liberdade e
forçam aos LGBT’s a lutarem por direitos civis igualitários, algo que como
cidadãos deveriam ter garantidos.
E pelo
que podemos notar tal luta não se trata da vontade de destruição do modelo
familiar tradicional como muitos afirmam, e sim uma luta que permite que
qualquer pessoa possa tomar posse de seus direitos, que retiram seus parceiros
e parceiras de planos secundários de suas vidas, e os colocam como parte dela,
direitos esses garantidos a todo e qualquer casal.
Enquanto
boa parte do que se veicula hoje trás o casamento como assunto, outra boa parte
aborda e explora a adoção por pessoas do mesmo sexo, podemos notar que a
maioria que se posicionam contra, utilizam a argumentação de que família é
composta por Pai, Mãe e Filhos, e que as famílias só possuem bases solidas por
assim estarem estruturados, se for de outra maneira jamais conseguem alcançar
tal base.
Para
dizerem isso se agarram a uma serie de teorias, crenças e tradições, porém por
diversos fatores, modelos alternativos à tradição sempre existiram, as pessoas precisam
sempre se adaptar à sua realidade, seja ela qual for, alem do mais para que
qualquer teoria seja considerada valida ela precisa que uma determinada
porcentagem de suas explicações sejam comprovadas em situações reais, por isso
chamam-se TEORIA, no que se refere a comportamento humano é praticamente
impossível uma determinação precisa e 100% assertiva, já que não se trata de
números ou equações, e sim PESSOAS, e como tal com traços comuns de humanidade.
Essa
associação de pratica se torna difícil, pois pessoas reagem de maneiras
diferentes diante de uma mesma situação, o que vai determinar tal comportamento
é justamente aquilo que constitui sua SUBJETIVIDADE, ou seja, tudo aquilo que
ao longo do tempo ela vem acumulando no
âmbito social e emocional.
Quando dizemos que somente a
constituição de família tradicional é a valida, estamos jogando no lixo todo o
trabalho todo o esforço, que a mãe e em casos mais raros os pais solteiros,
tiveram e tem para criar seus filhos com dignidade e respeito, estamos dizendo
que a criação dessas pessoas não serve, que qualquer criação que fuja da
tradicional não serve, mas na pratica não é isso que vemos.
Faça
um teste pegue uma quantidade de pessoas e pergunte a esse grupo quantos são
filhos de pessoas que tiveram que cria-los sozinhos ou que não possuíam
efetivamente os papeis da família tradicional.
Não é a
maneira com qual a estrutura familiar esta composta que determinará o sucesso
na formação do caráter de alguém, e sim os valores que esse alguém transmitirá
a ele; Porém há algo que é inquestionável na formação, embora a estrutura
(Tradicional ou Alternativa) não sejam objetos de certeza de sucesso, é
importante , repito, é importante, que se tenha sim uma representação de figura
masculina e feminina, isso para constituições de valores humanos, conhecimento
de si, a formação afeto-sexual de alguém precisa ter uma figura que represente
para ele um espelho, não que se vá seguir e ser exatamente como o outro, mas é
preciso que se tenha uma identificação quanto ao gênero, quanto à semelhança
corporal com o outro, tal papel pode ser desempenhado pelo Avô, pela Avó, Tio,
Tia, Primo etc, porém é de suma importância para saúde psíquica de alguém que
se tenha esse papel, caso contrario a pessoa pode vir a ter certas inclinações
ou distúrbios causados pela deficiência de tal representação, sendo recomendado
que tal estrutura seja assistida.
Outro
ponto que me preocupa, agora olhando para o outro lado, é quando membros da
comunidade LGBT afirmam que o modelo tradicional de família não existe mais,
que é ultrapassado etc; Não se pode buscar igualdade discriminando outro grupo,
o modelo familiar tradicional não deixou de existir e não deixará, não é coisa
do passado, apenas não é o único, ele continua sendo o principal modelo de
família, isso por questões históricas e pela maneira como nossa sociedade está
montada, volto a repetir, porém não é a única forma que existe.